Me intoxica.
Me injeta arsênico na calma da alma com a ponta dos dedos.
Me dá um sorriso, me dá um motivo.
Me dá um minuto do seu tempo pra escutar uma história de como você coloriu minha vida falida.
Derrama esperança
Escoa na pia a fervura do sangue do pulso que pulsou junto à artéria que é só mais uma avenida que te leva cada vez mais longe.
(Ecoa entre os azulejos azuis do banheiro minha prece desesperada: não desapareça, não desapareça, querida...)
Me dá um toque, um empurrão ou um suspiro. Só não me dá aquele veredicto e aquele olhar de adeus.
Só não me dá as costas.
domingo, 26 de julho de 2015
sexta-feira, 19 de junho de 2015
Apesar dos pesares
Eu sinto tanto a sua falta que os dias que ainda não existiram são recortes.
São apenas colagens dos seus livros num baú no canto do meu quarto insistentemente empoeirado. Perdoa por um minuto. Eu poderia ter me esforçado bem mais. Perdoa pela novela que eu queimei e pelo filme que não vi até o final.
Eu quero escrachar minha solidão na parede das artérias daquele velho coração cansado de bombear o sangue que eu sempre derramo em vão.
Cala por um minuto. Desligue a minha mente, porque eu não consigo parar de insistir naquele impossível tão bonito.
Minha existência corre na contramão e eu sou só uma pessoa desesperadamente perdida. O asfalto ácido brilha na chuva áspera dos meus olhos. Não posso deixar que essas gotas de arsênico toquem sua pele macia.
Não posso mais.
Eu sinto tanta saudade dos dias que não vão existir que o despertador é um recorte. O calendário, o semáforo, a linha do trem. Recortes de franjinhas em tudo que é torto.
E eu que não passo de um ser vil e desorganizado, egoísta até os ossos vivendo de pesar em pesares. Deita aqui um pouco, vá se embora pela manhã, amanhã a gente esquece, bebe, deita com outrém. É que apesar de tudo, demônia, eu te amo.
São apenas colagens dos seus livros num baú no canto do meu quarto insistentemente empoeirado. Perdoa por um minuto. Eu poderia ter me esforçado bem mais. Perdoa pela novela que eu queimei e pelo filme que não vi até o final.
Eu quero escrachar minha solidão na parede das artérias daquele velho coração cansado de bombear o sangue que eu sempre derramo em vão.
Cala por um minuto. Desligue a minha mente, porque eu não consigo parar de insistir naquele impossível tão bonito.
Minha existência corre na contramão e eu sou só uma pessoa desesperadamente perdida. O asfalto ácido brilha na chuva áspera dos meus olhos. Não posso deixar que essas gotas de arsênico toquem sua pele macia.
Não posso mais.
Eu sinto tanta saudade dos dias que não vão existir que o despertador é um recorte. O calendário, o semáforo, a linha do trem. Recortes de franjinhas em tudo que é torto.
E eu que não passo de um ser vil e desorganizado, egoísta até os ossos vivendo de pesar em pesares. Deita aqui um pouco, vá se embora pela manhã, amanhã a gente esquece, bebe, deita com outrém. É que apesar de tudo, demônia, eu te amo.
sexta-feira, 27 de março de 2015
Eu só queria pertencer a você e só a você.
Era pra ter sido vulgar
Planejamos por semanas o quanto seriamos felizes e vulgares, beberíamos da luxúria e comeríamos dos outros tantos pecados, limparíamos as nossas bocas com cínicos lenços e nos enrolaríamos em lençóis ordinários enquanto comeríamos uns aos outros.
Esqueceríamos o passado, não, não!!! Não fale sobre amor. Esquece esse delírio sem fundamento, a gente precisa fuder.
Mas tudo que conseguimos foi uma trepada tristemente bonita.
Bonita pra caralho, mas era pra ter sido simplesmente vulgar.
As coisas bonitas atraem sensibilidades míticas
Romances cafonas e no fim, como era de se imaginar, eu chorei. Sou puta sete dias por semana
Mas no dia que te encontrei nos meus braços eu só desejaria ser pura
E pertencer a você e a mais ninguém, como éramos antes, céu e constelação, café quente e cobertor.
Eu só queria pertencer a você e só a você.
Planejamos por semanas o quanto seriamos felizes e vulgares, beberíamos da luxúria e comeríamos dos outros tantos pecados, limparíamos as nossas bocas com cínicos lenços e nos enrolaríamos em lençóis ordinários enquanto comeríamos uns aos outros.
Esqueceríamos o passado, não, não!!! Não fale sobre amor. Esquece esse delírio sem fundamento, a gente precisa fuder.
Mas tudo que conseguimos foi uma trepada tristemente bonita.
Bonita pra caralho, mas era pra ter sido simplesmente vulgar.
As coisas bonitas atraem sensibilidades míticas
Romances cafonas e no fim, como era de se imaginar, eu chorei. Sou puta sete dias por semana
Mas no dia que te encontrei nos meus braços eu só desejaria ser pura
E pertencer a você e a mais ninguém, como éramos antes, céu e constelação, café quente e cobertor.
Eu só queria pertencer a você e só a você.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Hoje
Vou deixar a moça em paz
Essa a quem você faz
Os mesmos elogios que a mim dedicava.
Vou beber o esquecimento
Como quem bebe a própria morte
E rezar três terços
Para que você seja muito feliz
Mesmo não sendo mais o meu rapaz.
Hoje eu decidi:
Não esfrego mais veneno na ferida que eu mesmo feri.
E não golpeio mais o coração que quer bater longe de mim.
Hoje eu bebo o sono
Como quem lambe cianeto que escorre devagar
Da enfermidade que um dia vai cicatrizar.
As gavetas do teu quarto
O fato é que eu poderia mesmo nunca ter aberto aquelas gavetas
Deveria ter a deixado intacta sob a poeira das estrelas mortas
Ter apenas marcado na madeira uma mensagem pra você com a ponta dos dedos
mensagem essa que poderia ser a mesma que te escrevi outrora com pintura dos olhos no seu espelho
E você com giz de cera na porta do meu quarto.
Mas não me bastou.
E seu espelho estava limpo.
E meu quarto não é mais o mesmo.
Nós nunca mais seremos os mesmos, e foi por isso que abri as gavetas.
Silenciosamente retirei o resto de mim
Não me esquecendo apenas de esquecer uma camiseta qualquer, um par de meias desparceirado.
Que é pra gente não esquecer onde é que está a outra metade de nós mesmos
Que é pra gente não esquecer jamais.
Que sensação mais estranha é essa
A de vestir o passado
Mas beber lágrimas do presente
E sentir o gosto amargo do futuro...
Quantas perguntas cabem no espaço de umas simples gavetas?
Deveria ter a deixado intacta sob a poeira das estrelas mortas
Ter apenas marcado na madeira uma mensagem pra você com a ponta dos dedos
mensagem essa que poderia ser a mesma que te escrevi outrora com pintura dos olhos no seu espelho
E você com giz de cera na porta do meu quarto.
Mas não me bastou.
E seu espelho estava limpo.
E meu quarto não é mais o mesmo.
Nós nunca mais seremos os mesmos, e foi por isso que abri as gavetas.
Silenciosamente retirei o resto de mim
Não me esquecendo apenas de esquecer uma camiseta qualquer, um par de meias desparceirado.
Que é pra gente não esquecer onde é que está a outra metade de nós mesmos
Que é pra gente não esquecer jamais.
Que sensação mais estranha é essa
A de vestir o passado
Mas beber lágrimas do presente
E sentir o gosto amargo do futuro...
Quantas perguntas cabem no espaço de umas simples gavetas?
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
Ruptura
Disse que ficaria pois não suportaria outros derradeiros abandonos
Logo depois, abandonou.
Abandonamos as coisas que construímos pois nunca fazemos bem feito
as trágicas imperfeições estão estampadas na semana passada de cada nova semana e a falta de fé atinge as semanas que estão por vir.
Os dias chegam sem cor. Não abra a janela, não deixe entrar seja lá o que for
Que permaneça à meia luz o meu corpo maculado, no silêncio abrangedor meus pequenos raios de sol vão desistindo de existir, escapam pelas fenestras.
No espelho vejo um covarde miserável
E da garganta, um grito mudo preenche as lacunas do meu ser apócrifo .
Todos esses enganos escrevem a ruptura do que um dia pareceu valer a pena e nossas verdades simplesmente deixaram de sê-las.
Logo depois, abandonou.
Abandonamos as coisas que construímos pois nunca fazemos bem feito
as trágicas imperfeições estão estampadas na semana passada de cada nova semana e a falta de fé atinge as semanas que estão por vir.
Os dias chegam sem cor. Não abra a janela, não deixe entrar seja lá o que for
Que permaneça à meia luz o meu corpo maculado, no silêncio abrangedor meus pequenos raios de sol vão desistindo de existir, escapam pelas fenestras.
No espelho vejo um covarde miserável
E da garganta, um grito mudo preenche as lacunas do meu ser apócrifo .
Todos esses enganos escrevem a ruptura do que um dia pareceu valer a pena e nossas verdades simplesmente deixaram de sê-las.
sábado, 13 de dezembro de 2014
Estupidez
Quantas tristezas um coração já meio fodido consegue aguentar?
Todas.
Só os puros morrem de amor, como sabiás de luto dentro das gaiolas enferrujadas e apáticas.
Talvez um ou outro viúvo possa ter morrido de tristeza, mas eu acredito mais nas causas naturais.
O amor deveria ser natural, mas tem sido modificado, moldado, lacrado e vendido à quem der mais.
Penso que posso morrer essa noite
Mas não seria de amor.
Letargia mata mais do que saudade.
Amanhã eu acordo
Me odeio no espelho
Sorrio vermelho
E morro de rir.
Todas.
Só os puros morrem de amor, como sabiás de luto dentro das gaiolas enferrujadas e apáticas.
Talvez um ou outro viúvo possa ter morrido de tristeza, mas eu acredito mais nas causas naturais.
O amor deveria ser natural, mas tem sido modificado, moldado, lacrado e vendido à quem der mais.
Penso que posso morrer essa noite
Mas não seria de amor.
Letargia mata mais do que saudade.
Amanhã eu acordo
Me odeio no espelho
Sorrio vermelho
E morro de rir.
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