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segunda-feira, 25 de julho de 2011

As vezes tudo está tão errado.

Tragava profundamente, queimando até o último traço de nicotina, enchia seus lábios de ódio e seu pulmão de... merda.
Tinha olhos vermellhos e uma imensa capacidade de manter qualquer vestígio de amor afastado.
Na verdade, a única capacidade de fazer alguma coisa direito era quando fazia o errado, o sujo. Liderando uma linha de frente toda molhada de gasolina e... bem perto do fogo.
assim como a linha da genialidade é tão proxima da loucura
a linha do vazio é bem estreita quanto ao tudo. Tudo que a envolvia ali, mas parecia trancada num mundo do pequeno principe. Com uma unica árvore maldita fodendo com tudo.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

stay away from me

"o que você disse?"
Me dirigi à ela, que calada, expandiu suas pupilas - Depois silêncio.
Um silêncio tão profundo que quase pude ouvir a respiração do planeta.
Bem, na verdade pode ser que ela não tenha dito nada mesmo, mas eu nunca perderia a oportunidade de uma briga. Talvez o mundo todo vem sendo apenas silêncio... Talvez seja meu  hábito de me ofender facilmente, como um animal arisco mas na verdade  essa facilidade é só vontade de ofender os outros. 
Eu não sei o que há comigo, Mas meu sangue corre mais rápido se houver uma garrafa quebrada ocilando na minha mão.
Agressão. Não sei onde pode chegar, nem quando. Eu estou à um passo de insultar você, e toda sua crença ridicula que polui o mundo e embassa meus espelhos.
Ofender machuca, mas o insulto... Bem, o insulto pode levar a morte.
Eu na verdade não pretendo matar ninguem, não agora. Mas não sei se é inconveniente eu lembrar que já imaginei sua cabeça perdida entre suas tripas espalhadas no chão do meu quarto. - Foda-se se for. Ninguém lê mesmo essa porra. É como um diário, sujo (moralmente imundo) e empoeirado.
O  mundo  é isso, afinal. Aqui vemos quem se fragiliza ou não, o mundo é imundo. Um roteiro inteiro de uma pornografia violenta estuprando a mente de todos vocês.
Dizem que ódio faz mal pra mal, mas é mais como... ópio.
Essa é apenas minha vontade de apagar meu cigarro nas suas entranhas.
De você mesmo, por você mesmo.
Fique longe de mim.


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Histórias pra ouvir sábado à noite- I

Me passe a vodka, quero contar uma história. Não, não precisa de gelo nem limão, muito menos de um copo.
Certa vez tive vontade de destruir  algo grandioso e belo.
Precisamente procurei em todos os cantos da minha casa, Mas tudo que era belo pra mim não era nescessariamente grandioso. Procurei pela cidade, e das tantas coisas grandiosas que achei, nenhuma era bela. Rodei  o mundo. Correndo o dedo pelas páginas de todos os livros. Marcando meus passos em todos os trens, e em todos os elevadores, e  em toda radioatividade presente em qualquer sala secreta. Nada me satisfazia.
Senti então vontade de expor meu podre ao mundo. De chocar uma nação. Senti vontade de obrigar todo mundo olhar pra dentro da podridão infinita que existe em todos nós. Senti vontade de ensinar a palavrões à uma criança, senti vontades de ensinar a vida à adultos.
Quis deixar de  me importar! Não, eu quis me importar. Quis mesmo me importar  a ponto de mover o mundo e toda a hipocrisia nele existente. Quis bater no peito e dizer, sou assim como todos vocês, vermes nascidos de vermes. Poeira dessa imundice toda, Arrogante! Sou filha do orgulho e do pecado, e só disso somos feitos.
Quis queimar uma biblía no meio de um jantar de  familia. Mas tive que interromper para acender um cigarro.
E essa vodka que desce queimando a garganta, barata, vil, assim como eu. Barata. Assim como todos nós.
Senti vontade de procurar o papai noel e lhe contar que o amor não existe.  Vontade de contar  a ele que desperdicio mesmo, não é a porra da minha torneira aberta quando só quero escovar a droga dos meus  dentes, desperdicio é ele sair do conforto dele e presentear quem é bonzinho.
Porque ninguem aqui é bonzinho.
Senti vontade de contar pra todo mundo que o papai do céu engana vocês.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Luísa

-Você tem um cigarro?
-Estou tentando parar de fumar.
-Eu também. Mas queria alguma coisa nas mãos agora.
-Você tem alguma coisa nas mãos agora.
-Eu?
-Eu.

25 de maio- Lembra de mim?

às 22:22

Maldito diário. Vim te visitar. 
Suas folhas amareladas devem me odiar mais do que tudo. Mais do que a fricção da caneta rasurando suas linhas, quando não tenho nada pra escrever, só... raiva. Simples e compacta. Raiva que cabe dentro de uma caneta.
Desordenada... Atrasada. 
Estou dando tragadas rápidas, querendo sugar pra dentro as provas do crime. Queria que todos os rastros desaparecessem junto com a fumaça.
Maldito  diário.. Deve estar cansado, assim como eu, de observar minhas mudanças repentinas de estado de espiríto, minha sorte é inconstante... Paira no ar, feito poluição. 
O extremo me devora, eu gostaria  de mover alguma montanha apenas com a força do meu ódio. Gostaria de contaminar todas as fontes que alimentam esses sentimentos sujos, gostaria de contamina-las com o veneno que está escorrendo dos meus olhos.
E essa tempestade que está quebrando tudo dentro de mim, está  levando embora...  Minhas lembranças! Minhas noites inocentes, e está levando até minhas cicatrizes de garrafas quebradas em qualquer briga de bar, que eu costumava sair rindo, completamente louca, e cercada de sorrisos. 
Onde estão? Os seus sorrisos meus. ONDE ESTÃO VOCÊS? quando o que eu mais preciso, é uma dose e uma piada idiota.... 
Essa tempestade, tirando de mim tudo o que restava de alma aqui dentro. Essa maldita tempestade me fazendo cair!
cair...
Fazendo meus joelhos sangrar.
Lembra, meu amigo? Eles nos chamavam de crianças problemáticas... E as luzes dos carros na avenida eram mais brilhantes. Lembra? nós não estavamos nem  aí. Escreviamos nos muros, eu acreditava, numa ilusão particular e subconciente que seria  para sempre, embora eu nunca tenha pensando muito nisso... Claro que não seria. Alguns criam caminhos, outros apenas seguiram os que já existiam. Arrumamos empregos e namoradas. Laços... Esquecemos as noites vazias tão cheias de nós. Alguns morrem pelas sarjetas, e eu estou aqui, com o mesmo velho sabor de whisky na boca, Aquele que me deram num aniversário, meu aniversário de quinze anos na rua.. Lembra, meu amigo.....? Lembra de mim?








sexta-feira, 13 de maio de 2011

Don't wake my monster

É como se a tristeza não fizesse meu tipo. É como se a angustia não conseguisse chegar no meu cérebro, fosse expulsa logo no primeiro estímulo, como se meu coração batesse tão discretamente, com medo de acordar minha alma. Com medo de despertar minha fúria.
É como se o medo e a dor não afetasse meu dia, meu humor, minha vontade de viver. É como se eu tivesse separado.. excluído as lágrimas. Guardado-as numa caixinha e depositasse aqui, as vezes. Porque é como se eu tomasse mil tapas na cara, e não marcasse. É como se eu fosse rasgada por cem bisturis, e não sangrasse.
Mas, sempre acabo voltando aqui. Se alguem pudesse ler todas essas  frases, e os gritos que se  encondem entre as linhas, esse alguem estaria  marcado também.
Essa é minha terapia, meu recado à escuridão. Mostrar que as vezes sou derrubada por essas enormes mãos que insistem em puxar meu tapete, insistem em mover o chão abaixo de mim, mas mesmo assim continuo aqui, de queixo erguido. Nunca existiu coisa alguma que eu não consegui, me esforçando um pouco. Estudando, como numa estrátégia de uma batalha em campos minados de consequências. Mas ainda possuo todos os membros, e é isso que interessa. É meu queixo erguido que me guia, a cabeça alta. Quanto ao meu coração? ele pode continuar batendo silenciosamente. Nada que um caderno, um cigarro e uma caneta não resolva.

My my my dirty girl.

I miss you like a child misses their blanket.


Sinto sua falta, garota dos feitos sujos.
Sinto falta de todas as viajens de ônibus que fazíamos por dentro da sua cidade;
Dos lugares malditos que visitávamos;
Das amizades que fazíamos entre carreiras e baseados.
Sinto falta de acordar do teu lado, completamente de ressaca;
Sinto falta das idéias idiotas e das drogas absurdas que procurávamos;
Sinto falta de segurar sua mão quando me sentia extremamente chateada;
Sinto falta da paz que voê me proporciona quando está por perto.
Sinto falta das suas piadas sobre o meu estúpido amor;
Sinto falta de rir dos seus amores idiotas.
Sinto falta da sua estridente voz berrando Bon Jovi no meu ouvido.
Sinto falta de você, das suas bandanas,
das suas camisetas de bandas cortadas tortas como as minhas,
do seu sotaque caipira.
Sinto sua falta completamente, little runaway.
E eu juro que volto - volto pra ficar.

Love you, rebel girl, my rebel girl.
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Minha linda....  te amo demais.