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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

E quando sorriu, ficou ainda mais bonita. - Para Liege Ligo

Olhos claros, na ressumbra de um dia que ainda está para nascer, que vem surgindo atravéz de escuros fios de cabelos grossos, fortes, brilhantes. Quem diria? Quem diria, que de tão frágil a porcelana que compõe teu rosto, nasceria essas maçãs maduras, que cheiram à primavera.
Ah, a garota vivia sofrendo por alguma coisa. Quantas pessoas eu gostaria de interromper a vida, mesmo que esse direito não me pertença pelas leis divinas, mas quantas pessoas eu queimaria vivas, por terem te feito chorar. Então, conte pra mim, o que te faz chorar...
Eu nunca mais quero te ver chorar.
Alívio. É o que eu sinto, muitas vezes, quando te vejo sorrir.
Sei que tudo isso é vida real, é dor real, mais que isso, é a realidade crua, da qual a maioria das pessoas não conhecem, apenas julgam. Realidade nua. Mas me diga, moça dos olhos claros, esse teu sorriso, é de verdade?
Pois como eu gostaria que fosse. Teu olhar eu sei que é, são como duas janelas de uma cabana em um resort. São como as escadarias do céu. E eu sei que desde o início, olhei-te como se eu soubesse que você também não era daqui.
Somos como limbo na água que outrora era potável, somos pedaços de quebra-cabeças sem par. Ou talvez estejamos aqui, a par de tudo que acontece, e toda sujeira que nos rodeia, sei que não te conheço, mas te sinto.
Desejo, apenas que teu sorriso seja de verdade mais vezes, pois sei que ele é, a maioria do tempo. Pois pessoas fortes não são derrubadas, e quando tu caí, teu espírito se eleva, e se eleva tanto, que posso sentir, a paz vai chegar, eu prometo. Por mim e por você.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Um banho bem frio que serviu pra acordar pra vida.
Eu me encontrava inerte, e a agua corria.
Joga gelo nessa história, corta tudo isso. Congela esse negócio ruim e atira longe, quebre em mil pedaços esse nojo que senti de ti. Só quero que permaneça intacto aquilo que senti outrora antes.
Apesar de tudo, demônio, te amo.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Madrugada colorida

Na intimidade de um quarto com as cortinas roxas fechadas, é madrugada.
A pele é branca como leite, derramado no carpete de madeira, a boca é roxa como a cortina que lambe as paredes assim como a boca lambe a carne, e a carne arde na ressumbra de diáfanas pernas trêmulas, morde os lábios, ri rapidamente, é madrugada.
O pecado mora embaixo da saia e sua pele dorme embaixo das unhas vermelhas.