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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Noticiário e silêncio

Este-silêncio-mata.

E não apenas mata, mas enterra, palmos e palmos de poeira da estrela que explodiu bem acima da minha cabeça. Enterra a alma no vácuo e enterra o corpo embaixo de um lençol florido sem muita graça, numa cama grande demais pra essa solidão. Enterra a cabeça em quatro travesseiros e a mente na televisão, um homem matou 27 em connecticut, pobre. "Das crianças?" -Não, dele, pobrezinho dele, Adam né?... Obama quer a paz, mas não tira as tropas da Síria, a miss universo também quer a paz, mas não tira a bela bunda do sofá cor-de-rosa, todo mundo quer a paz, todo mundo quer a cura, todo mundo quer ser amado, todo mundo apenas quer. E querer não é poder, eu queria tanto poder dizer ao mundo o que digo a mim mesma quando fecho os olhos e te imagino aqui.
 O poder, o pudor, ninguém mais se importa, mas mesmo assim, vivo de mentira à mentira, igualzinha a luz da televisão, e por um segundo nada mais é de verdade.
 Eu te lembro o tempo todo, cada instante do dia. Lembro tuas alcunhas, e tenho o ímpeto de cravar as unhas no meu próprio braço, tão forte até que sua imagem me deixe em paz. E me deixe dormir.
Depois que desligo a televisão, o barulho da eletricidade estática paira no ar, e na minha cabeça, marchas fúnebres ecoam, pelos 27 de connecticut, por Adam, pela Síria e pela lembrança da última noite que nos vimos.


domingo, 16 de dezembro de 2012

Oi, lucas, se você ainda lê essa porcaria, deixa eu te contar que descobri que somos mesmo muito parecidos, você um otário, eu uma perdida.
Que vive perdendo as coisas por aí, por sinal, perdi meu celular, perdi teu número, perdemos o contato.
Dê sinal de vida, reativa a porra do facebook, deixa um comentário de vez enquando, ou mande lembranças. Eu sinto saudades, e não quero perder você no tempo.