Páginas

quarta-feira, 9 de março de 2011

Muro velho

Mais uma madrugada sem meu velho amigo.
Bem, ele me amou mais do que deveria, e agora ele se foi, sem eu poder dizer tchau.
Queria que ele estivesse aqui, nesse mesmo velho muro. Roçando o focinho no meu focinho. Tocando as patinhas nas minhas patas.
Ah, era tão meu.
Me entendia sem pedir nada em troca.
Me ouvia como quem tenta entender. Com sua voz rouca e seus olhos que pareciam alfinetes tortos, ele me dava todo o carinho que eu precisava pra sentir a brisa da madrugada em paz. Como eu queria meu pequeininho aqui, comigo. Pra dividir esse velho muro e esse cigarro barato. (acho que se ele pudesse falar, reclamaria da fumaça desse cigarro, porém, duvido que saíria do meu lado por isso)
Ele estava do meu lado. E não está mais.
Queria que a lingua aspera dele secasse minhas lágrimas agora, meu velho, que vivia no velho muro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário