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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Don't wake my monster

É como se a tristeza não fizesse meu tipo. É como se a angustia não conseguisse chegar no meu cérebro, fosse expulsa logo no primeiro estímulo, como se meu coração batesse tão discretamente, com medo de acordar minha alma. Com medo de despertar minha fúria.
É como se o medo e a dor não afetasse meu dia, meu humor, minha vontade de viver. É como se eu tivesse separado.. excluído as lágrimas. Guardado-as numa caixinha e depositasse aqui, as vezes. Porque é como se eu tomasse mil tapas na cara, e não marcasse. É como se eu fosse rasgada por cem bisturis, e não sangrasse.
Mas, sempre acabo voltando aqui. Se alguem pudesse ler todas essas  frases, e os gritos que se  encondem entre as linhas, esse alguem estaria  marcado também.
Essa é minha terapia, meu recado à escuridão. Mostrar que as vezes sou derrubada por essas enormes mãos que insistem em puxar meu tapete, insistem em mover o chão abaixo de mim, mas mesmo assim continuo aqui, de queixo erguido. Nunca existiu coisa alguma que eu não consegui, me esforçando um pouco. Estudando, como numa estrátégia de uma batalha em campos minados de consequências. Mas ainda possuo todos os membros, e é isso que interessa. É meu queixo erguido que me guia, a cabeça alta. Quanto ao meu coração? ele pode continuar batendo silenciosamente. Nada que um caderno, um cigarro e uma caneta não resolva.

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