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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

a gente nunca pensa.

 Fecho os olhos, tudo roda. Tento me concentrar dentro do meu cerebro que só mostra milhares de insetos negros batendo as asas, um nascendo do outro, fazem uma pressão como se fossem saltar dos meus olhos e boca a qualquer momento. Fazem um barulho terrivel, desconcertante, mas ainda assim é melhor do que abrir os olhos e ver o cronograma da sua imagem indo embora se repetindo, repetindo, repetindo, uma tortura visual, uma sobrecarga emocional intensa. Não te vejo voltando. Não me olho no espelho, e desde então, nao vi meu sorriso.
E os únicos gostos que carreguei desde então foi o gosto de vodka, de café, de cigarro e de lágrima. Eu queria só o seu gosto.
Tento lembrar de outras coisas, mas são só momentos picotados, de um cerebro frito à rivotril
 Uma rodoviária cheia de gente. Dois dias, duas vertigens. Uma que durou 15 segundos pela manhã, outra que durou 59 minutos. Um ônibus quebrado na chuva, um surto. Um bloqueio, lágrimas, tremedeira. Coração disparado, corpo lento, visão embassada.
Sangue...
Sangue...
Anjos tristes oferecem rosas aos cortes da mocinha que acaba de ser lançada de um lugar muito alto direto pro inferno.
É quente, mas dentro de mim está frio, muito frio!
Um desmaio no meio do centro da cidade, uma bolsa que cai longe do meu corpo. Um esforço pra voltar à conciencia, outra vertigem. Outra tortura, vários desesperos.
Trancada dentro de ódio, dentro de amor. Numa abstinencia violenta de você. Abstinencia de razão, Tudo que vejo agora é sangue, pingando no teclado. É bonito.
Eu nunca pensei que uma coisa tão bonita me levaria para cima para depois me lançar para baixo.
A gente NUNCA pensa.
E agora, café e doses fortes.

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