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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Setembro.

Você poderia estar feliz e eu não saberei... Mas você não estava feliz no dia em que te vi partir. E todas as coisas que queria não ter dito ecoam repetidamente na minha cabeça até se transformar em loucura, até se transformar nessas madrugadas mal dormidas e nos sonhos perturbadores que me fazem levantar da cama e escrever. Só isso, só posso escrever.
É muito tarde para te lembrar de como nós éramos? Mas não os nossos últimos dias de silêncio, gritos, imagens borradas, e lembranças picotadas. Flashs, apenas Flashs da lembrança da sua voz me dizendo coisas tão cruéis.
É realmente não sei se me sinto feliz ou triste em saber que a cada dia venho esquecendo um pouco do tom da sua voz. E venho me esquecendo do seu numero de telefone. Quero que continue assim até sumir.. Até que não reste mais nada nenhum vestigio de pólvora da bala que você afundou no meu peito. Até que a lembrança dos machucados vá embora. Até que as cicatrizes no meu braço... sumam.
Mas das poucas coisas que me lembro, a maioria delas me faz voltar ao dia que te deixei sair pela porta.
Você poderia estar feliz, eu espero que esteja.
Você me fez mais feliz do que jamais fui... E mais melancólica também. E de alguma maneira tudo o que eu tenho cheira a você. E pelo mais curto momento, nada é verdade.
Agora faça as coisas que você sempre quis fazer. Não estou mais do seu lado em lágrimas tentando te impedir nos seus impulsos. Isso não é bom? Não pense, apenas faça.
Muito bem... Sente-se sozinho na sua cadeira elétrica. Eu não vou mais ficar tomando chocs emocionais por você. Não estou mais pronta pra te ver morrer, a cada dia, um pouco mais.
Olhe a lua sozinho na varanda. A cada setembro me esquecerei um pouco mais de você.
E já foram muitos setembros.

... Com amor e outras porcarias,
Marcela.

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