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sexta-feira, 29 de junho de 2012

4:20

Tanto que eu sei, mas não sei te dizer. Só sei escrever, que assim não preciso ouvir o tom rouco-desbotado da preocupação na minha voz, tão evidente, quando se trata de qualquer coisa que me queime a alma, como você. São coisas das quais não me adapto, e me torno pobre. 
Tanto que eu sei de mim, mas não sei nada sobre esse teu dom de desferir palavras como quem desfere braçadas num oceano em que se precise nadar até a praia, essa praia. Os sentimentos escapam da minha mão como areia. 
Olha, moça, eu queria tanta coisa, tanta riqueza, tanta cor. E você aí só quer um cigarro pra curar essa dor.
Quando me mira-me nos olhos com teu jeito louco de dizer só com olhar, diga que vai ficar tudo bem.
Ninguém é bom nesse jogo em que estamos, então não se assuste.
Isso vai ser interessante.

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