Páginas

terça-feira, 5 de junho de 2012

Se te amo, é com fones de ouvido.

 Como é que você veio parar aqui? Aqui, eu digo, dentro do meu cérebro. "Você" claramente abandonou meu córtex consciente e se espalhou por toda essa área cortical atrapalhando a comunicação de todo e qualquer neurotransmissor que teria a função de manter as coisas em ordem; Pois a bagunça que você provocou aqui do lado esquerdo afetou os quatro lobos.
 Então quando paro pra pensar sobre isso, e tentar achar a fonte primordial disso tudo, numa vaga esperança de conseguir controlar ou pelo menos entender qualquer que seja a circunstância que me inunda de dopamina, percebo que é crucial, como música.... E como música, sua existência na minha faz meu cérebro reagir sem especificar nenhum hemisfério, assim, tomando-o por um todo.
 Se te comparo com a música, é por que sua presença exige de mim uma ação involuntária que me faz arrepiar, como se viesse da alma e eletrizasse meu corpo, então te amo com fones de ouvido, que é para conseguir captar totalmente os tons, semitons e seus ritmos. Posso comparar também com fones de ouvidos daqueles bem grandes que me afastam dos barulhos ruidosos, é como se eu esquecesse tudo que passa lá fora, por que só me interessa o que eu ouço dentro de nós. Você se tornou, não sei quando, a principal rodovia entre o meu cérebro e coração, por que é inegável o fato de que ele bate mais rápido quando te vejo, quando te ouço. Meu corpo todo reage à sua presença e principalmente a sua ausência.
 E se te amo com fones de ouvido, é por que te amo com o cérebro, e não com os olhos, e bloqueando o resto dos sons do ambiente, não me importo com o que os outros dizem, e nesse processo todos os meus sentidos se alteram, chegando a ser assustador mas extremamente bom.
 É da dopamina que eu estava falando, mas não sei que substância você tem. E qualquer que seja, não me veio com receita, mas parece feito sob encomenda.



Nenhum comentário:

Postar um comentário