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terça-feira, 7 de setembro de 2010

A comédia da morte.

Está tarde e frio. Estou aqui, pensando que talvez tenha sido eu quem transformou minha vida em algo que eu não gosto de ver.
O vazio já não me incomoda. Por onde quer que eu corra tudo é nada. Um nada um pouco tingido de tristeza quando lembro do passado.
Ora estou em um canto, brigando com os fantasmas. Ora estou caminhando por algum lugar cinzento e úmido sentindo falta de alguma coisa. Alguma coisa que não sei bem o que é.
Talvez essa coisa esteja ai com você. Talvez seja apenas falta de alguém que deite do meu lado e me espere dormir. Talvez saudade de alguém pra me segurar bem forte até a dor passar. Até eu parar de tremer e de empurrar meu corpo contra a parede. Alguém pra me ouvir mesmo quando qualquer frase que eu diga não faça o menor sentido. Talvez essa coisa que eu procuro esteja no buraco das suas mentiras mal contadas. Ora eu desejo ter descoberto tudo bem antes, Ora eu desejo que estivesse sendo enganada Até hoje, e dessa forma, pra sempre.
Talvez essa coisa esteja alem dessa vida. Talvez todos nós sejamos uma piada de mal gosto. Aqueles que crêem encontrar essa tal coisa na morte, e dessa forma acabam chamando-a, esses são as piadas mais engraçadas. Alguém deve estar rindo de um suicida no exato momento. Alguém deve estar rindo do meu desespero quieto. Alguém deve estar tentando puxar minhas cordas e manipular minha dor. Outra pessoa deve estar movendo o chão abaixo de mim tentando me fazer cair...
No meu caso eu me mato aos poucos. Eu mato as madrugadas e em algumas delas eu morro. Devo ser a piada mais interessante pra alguém. Alguém em algum lugar não deve se cansar jamais de me ver morrendo. De me ver morta todos os dias.
Quem dera se você conseguisse mentir tão bem quanto omitir. Quem dera se minha ligação contigo fosse mais fraca, a ponto de não ser obrigada a saber de coisas das qual nenhuma mulher merece saber, pelo menos não dessa forma, tão cruel e destruidora. Quem dera se eu pudesse ter escolhido a escuro ao invéz do frio. Quem dera se eu fosse burra. Quem dera se eu fosse perfeita.
Afinal a burrice é o preço da felicidade.

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