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quinta-feira, 27 de junho de 2013

o riso dela

"você bem que podia perdoar.... E só mais uma vez me aceitar. Prometo, agora vou fazer por onde, nunca mais perde-la" Fui uma estátua de barro que tomou vida, você quem me soprou no nariz. Uma criança aprendendo a andar, você quem segurou minha mao. Você me ajudou a dormir, e fui aprendendo a sonhar, sob a sua minuciosa supervisão, deixei de lado aquela droga. Me lembro do sonho ruim que tive e acordei gritando por ti. Chegamos muito perto, muito perto de tudo, mas existe uma linha perigosa entre o tudo e o nada, um abismo assustador, então me agarro em tuas mãos, coxas e cabelo. Agarro o travesseiro e não deixo que seu cheiro vá embora, luto, inutilmente com o silêncio gritante da madrugada fria sem você, fui marcada a ferro pela minha própria idiotice! E quem dera nunca ter saído do teu lado, eu não estaria caindo agora, não estaria chovendo tanto, e a chuva te deixa lisa, não consigo me segurar por muito tempo. Cai, adormeci e tive a certeza que aquela fora a noite mais longa da minha vida..... Mal pude acreditar que acordei com a tua risada. Mal pude acreditar que você ria de novo pra mim, e como ria! Daquele teu jeito bonito de abrir a boca e fazer mil caretas só suas. Impossível não rir também, impossível não querer te abraçar e nunca, nunca mais soltar! Vamos brincar de futuro, vamos nos imaginar a frente do sol, esperando ele nascer e ser recebido na varanda para o café junto com nossos assuntos loucos (só nós entenderemos) e vamos rir das outras galáxias, tocar violão, ler livros velhos, eu até deixo você rir das palavras que não sei falar. Finja que presta atenção na minha revolta contra a política (enquanto eu sei que você só presta atenção mesmo nas mudanças de cor do meu olho) e eu apago o cigarro, sossego e conto até três. Vamos discutir aquele ponto de vista besta falando uma mais alto que a outra, jogando sujo com a desconcentração. Recitar todos aqueles poemas bregas de fundo de gaveta, tomar chá ouvindo elton john (impossível ser mais brega) e vamos ser cafonas sem ninguém encher o saco, vamos enrolar as pernas embaixo do edredom e sorrir devagarinho, que é pra não assustar a felicidade, por sermos, juntas, maior que ela própria!

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