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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Partida

Meu bem querer deixou de me querer
Já não sei se quero que volte a querer
Se, pela má sorte foi-se o encanto, foi porque era engano
Mera miragem.
Seus braços, onde um dia me deleitei
hão de levantar a foice que degolará num só golpe
a esperança que cresceu em meu ser.
Se quiseres ir, vai-te, pois não volte!
Meias palavras não são capazes de preencher meu íntimo e saciar meus ímpetos.
Eu quis de fato me entregar, mas se você não puder carregar
Eu compreendo, meu bem.
Te desejo perto, mas só te tenho dentro.
A projeção da paixão que me mastiga sem sentir o gosto,
Toma uma grande parte racional do meu cortex esquerdo cerebral.
Sou, deveras, um ser persistente, que insiste em dobrar os joelhos contra o chão
Sabendo que estes me doerão as juntas, sou um ser que junta as mãos sem simetria
E rezo meu proprio requiem, sabendo no entando, que ouvir-me... ninguém!
Da mesma forma, insisto no amor iludido, dessa vez bem menos dolorido
Porém nunca menor, nem menos bonito.
Guardo-te junto com meus discos preferidos, meus livros já lidos e a minha letra na rubra e seca tinta da caneta.
E da mesma forma, guardo os sentimentos ruins, que é pra não ter de te contar
O quão asco é te ver escapar.

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