Páginas

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Madre Tereza

Ah, concerteza vou me lembrar de Madre Tereza e a velha garrafa de whisky.
Um lugar no meio do nada, onde eu vivi meu tudo. Uma cidadezinha a uma hora da minha casa, cheirava à fazenda, mas o que mais haveria ser esse canto além de uma enorme roça? Quem me guiou até lá foi o Diabo. Ele me entregou uma garrafa de whisky de 1847 e me desejou boa sorte, acenando com os dedos finos ao longe do horizonte que cheirava fazenda. Em Madre tereza sempre dava para ver o sol, e o céu era estrelado, a noite era fresca e dava para saber quando ia chover várias horas antes, só pelo cheiro da terra.
Conheci pessoas insanamente encantadoras. E o que mais haveria de ser a minha pessoa, alem de uma enorme e perdida insana?
O lugar era praticamente abandonado, as casas quase sempre de barro, algumas igrejas com portoes enferrujados que eram mais velhos que o pecado. mas Madre tereza tinha as melhores ervas desse velho mundo.
Atravessei algumas madrugadas com aqueles amigos, e me senti protegida. Pulei cercas, acendi cigarros, sujei as mãos.
Contamos histórias, e a chama daquela fogueira sei que não vai se apagar. Porque derramei o whisky que o Diabo me deu, a chama mudava de cor como num sonho, surreal, Em Madre Tereza fui escudeira em batalhas, assisti derrotas, molhe-me daquela chuva, sujei-me daquela lama, inalei daquele aroma, amei daquela terra... amei aquela terra.
Embora a garrafa esteja seca, Madre Tereza nunca esquecerei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário