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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O mundo é meu.

Não é tão dificil parecer honesta. Não é nem um pouco complicado ser tratada como um ser superior.
O segredo é fazer dos tolos ainda mais tolos. É fazer os desiludidos te verem como algum vestigio de esperança. Faça os burros pensarem que você é inteligente demais. Assim você será entre os burros, o mais inteligente, e entre os inteligentes, o mais esperto. Porém... um tanto vazio.
Mas o vazio é o preço do mundo, afinal. Se comporte como dono do mundo e então progressivamente o entregarão à seu poder.
O que me frustra um pouco, é que continuo embaixo da mesma pele; E no mundo nada mais se expande, apenas estabiliza ou decai.
... Mas isso é outra história. O que importa, é que enquanto os supostos inferiores continuarem alimentando a apetite de minha enganação egoncêntrica, suja, vil... Enquanto satisfeita estiver, assim será o mundo. Assim serei EU.
Mas continuo com a mesma cor... ( isso me frustra!) Embora não tenham construído uma estatua de ouro à minha imagem, me sinto petrificada como mármore. Que mesmo mais barato e mais frio, me serve de alguma coisa mais valiosa do que correntes caras no pescoço de burgueses porcos.
Arre! Enforca-te com essa tua nobreza. Pois não preciso dela para ser maior que ti! E maior que meu próprio ego. Porque sobretudo o mundo é dos espertos, e não dos ricos. Não dos sábios. Não dos fortes (que ainda caem por terra pelo destino e sentem nos joelhos todo o peso de seus músculos) Estes são os que sofrem.
O mundo é, mais que tudo, MEU!
Porém.. continuo envelhencendo. Continuo nao conseguindo afastar de minha mente este lembrete. De que meu cérebro começa a se desgastar, E de que minhas horas de descanço são corrompidas pelos meus próprios atos, pelas lágrimas que já nem sei de onde vem, e porquê.
Danço tango com o vento das más notícias. Posso ser (sei que posso ser) Ainda mais violenta, e miseravelmente mais romântica do que dois passos pra esqueda e um rodopio bruto, e falho.
Danço com as memórias, elas não me servem, mas me pertecem! Afinal tudo me pertence, uma vez que o mundo se fez meu.
Mas minha pele ainda possui cicatrizes de lutas, e meu nariz continua desgastado.
Me lembro das refeições que troquei por futilidades ou até por fugas.
Não me importo mais. O mundo é meu e eu já disse, você sabe e já não sabe pouco. Eu o comprei com meu sangue. Com meu sal.
Porque um dia parei de me importar com os monstros que costumavam viver embaixo da minha cama e comecei a me importar com o monstro que vive dentro de mim.
E se nada disso fizer sentido pra você: Dane-se! Não preciso de sua razão para respirar. Só preciso da minha própria existência pra viver.

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