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segunda-feira, 1 de julho de 2013

não te sou nada

Não serei nada que não quero ser. Já fui tanto sem saber, e disso tudo só ficou um caminho mal trilhado, uns versos tortos, uma letra que nunca, jamais, foi minha. E aquela moça? ela também não foi minha, nunca fui de ninguém! Fui apenas a pedra dos sapatos, as horas dos relógios, o sal do mar, o menino da rua, as grades da prisão, as páginas dos livros, a sangria dos navios e o sono dos olhos... Olhos teus, olhos meus, seus olhos são só seus e não me venha querer dá-los, não aceito! Não aceito coração de ninguém, pois já é difícil cuidar do meu próprio. Se tens um gato, ame-o! Se tens um pai, um cachorro, um dinheiro, se tens uma mulher, ame-a! Mas nunca ame demais, ame o suficiente, ame a ti, pois se não amas a própria existência.... Quem há de amar?? Quem há de amar?.... As mães amam de graça, eu não. Ora não me pegue, desencoste, não chegue assim tão perto que ninguém lhe permitiu, tire dos meus cabelos os seus dedos, tire seus olhos da minha boca e da tua boca tire meu nome! Não te sou nada, NADA!

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