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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Era uma tarde bonita e sinto que foi a última tarde tão bonita desde aquela tarde.
Acontece que foi tudo rápido demais, tudo delicado demais, intenso demais.
O vento empurrava os cabelos que lisos chicotavam o pescoço desnudo, enquanto o sol aquecia as pálpebras, que agora, quando as fecho, engulo seco. Engulo gosto de qualquer-coisa, agridoce, amargo.
Tentei evitar de tocar, tinha a impressão de que nossas peles gélidas entrariam em algum conflito quando contactadas, dois malditos íons da mesma ação, eu e ela. Soa como algo explosivo.
Ah, a menina vivia sofrendo por alguma coisa. Tinha os olhos de quem veio pra ficar, de qualquer forma, ficar -ou me fazer ficar- E da mesma forma eu ficaria, plantada na frente da tua casa, dormindo fragmentadamente enquanto acordo pensando em você em períodos quase cronografados.  Enquanto minhas noites mal dormidas geram essa desvontade de estar acordada, planto meus pés frios embaixo dos cobertores e implanto meu telefone na orelha, enquanto conto quantas vezes irá chamar, o barulho hipnótico deixa-se aprofundar na minha mente....
 Três da manhã.
   Não durmo.

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