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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Se você visse como fiquei ainda mais parecida com você

Cada dia que se passa, mais pareço com você, ando tão às minguas, qualquer música me lembra seus passos, e ando, ando e ando por aí e cada cantinho desse bairro tem um pouquinho seu, e ao andar, percebo que meu andar anda se tornando o seu.
O modo de olhar, (a mesma cor do olho!)
O modo de falar (a mesma dificuldade em se expressar!)
O modo de me distrair ( e entreabrir de leve os lábios)
E o modo como sento no degrau da sala, com o cigarro fedorento entre os dedos, tudo isso, toda essa herança genética você deixou em mim.
Você só não te deixou em mim.
Ô, Pai, se você visse como sua menina cresceu, Se você visse a porção de troféizinhos que acumulei com aquelas redações "bobas", que você sempre tava cansado demais para ler. Ô, Paizinho, se você visse como aprendi fazer café do jeito que você gostava, se você tivesse aqui pra ver que eu também aprendi a gostar de café forte e sem açucar. Se você estivesse, quem sabe a gente poderia tomar um café juntos no quintal, olhando o cajueiro (ele voltou a dar cajú, será que você sabe?) Se você visse o quanto estou indo bem na escola, o quanto meu cabelo cresceu, e como eu aprendi a não deixar mais as luzes acesas pra economizar energia, se você visse, se você visse como aprendi a deixar tudo tão organizado, meu quarto tá tão bonito hoje, pai.
Mas você não viu.
Saudades.
ass: Tata.

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