Páginas

segunda-feira, 6 de maio de 2013

A comédia da morte, cinco anos depois.

Se fazia cinco anos desde a última veneta.
Começo por onde eu quiser, acabou-se tanta coisa, inclusive a coerencia. Tanta coisa foi empalidecendo e indo embora.
Sabe, eu achava graça na forma que voce demorava pra comer.  Achava graça, meu bem, na forma que as sardas do seu rosto se evidenciavam com a claridade eufemista das nove e meia da manha.
Achava graça em tanta coisa, hoje nao acho mais, nem mesmo consigo me encontrar na minha propria cama.
"fico te imaginando, as tres da manha de toda manha, vestida tres vezes mais do que o necessario, rindo de mentira, com o cabelo preso formando uma pequena cascata atras da sua cabeça." -Nao imagino mais, mas ainda me lembro de um dia ter imaginado. Também lembro de todas as coisas que eu prometi pra mim mesma, sofrimento, nunca mais, nao... nao faz meu tipo. Eu estava decidida a nao deixar mais dor alguma entrar, e sem que eu pudesse perceber  voce foi parar embaixo da minha pele.
Meus versos perderam a cor
Perdi peso e cabelo
As chaves e o celular.
Me perdi de voce, e te perco de vista sempre que posso.
O mais importante é que perdi toda e qualquer esperança, e isso me impede de fazer tudo de novo.

Te odeio de mentira, e te amo de hiperbole, de mentira também, Tudo é mentira, voce é feita de confusoes e mentiras. Mas quem liga? Nao liga. Telefones silenciando a minha mente barulhenta. Eu apaguei seu número.
... Me lembro de achar graça na forma com que voce demorava para comer.
Agora acho graça nessa minha tortuosa demora para morrer, enfim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário