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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Desespero

Encaro cinema sozina, viagem sem acompanante, vodka pura, whisky sem gelo, tequila sem limao mas um cigarro atras do outro nao. Isso é desespero.
Aceito uma dose de desilusao, um dedo de desesperança, café sem açucar, livro sem muita graça, noticiario das sete.
Encaro trem lotado, sorriso barato, tres noites sem dormir, samba, bossa nova, blues, filme de velho oeste, pao amanhecido, mas um cigarro atras do outro é desespero.
Encaro o despertador cinco e meia de uma manha que só amanhece as sete, e nao floresce nunca.
Lido com a fotofobia  (o céu de tao azul hoje chega a ser patético.) Engulo o orgulho, mas cuspo na rua, um cigarro atras do outro, isso nunca, é desespero.
Aceito a arte insana de Dalí, e os elefantes sinistros que marcham em manada nos meus sonos quando durmo, se é que durmo. Encaro injeçao na veia, tres tarja preta por dia, Aceito a gravidade, ignoro o cansaço físico, burlo o mental. Devoto botanica, decoro a tabela periódica, permito-me a exaustao da física quantica.  Durmo com os óculos na cara, acordo forçada, choro a seco, me arrependo amargamente, aceito tudo que pode dar errado, mas um cigarro atras do outro? Isso é loucura.
Deleito em cianeto, mas veneno para ratos é tao fora de moda.

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