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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Assassinato

....Doze ou quatorze passinhos apressados e vira-se com exata decisao para a esquerda. Isso tudo dura um ou dois segundos, ou até onde os olhos conseguem agarrar, mas nunca é muito, e quando se pisca, finge-se que se esqueceu o percurso, e que este, nao lhe tinha importancia qualquer. Adeus, adeus.



Cem dias. Foram cem dias até me acostumar, ou melhor, conseuir digerir essa refeiçao pesada demais pra alma. Cem dias pra compreender o erro, e depois rir triste. É engraçado o riso triste. Um sorriso cansado e inerte, tempo demais sem dormir deixa a gente meio louca, meus amigos. Tempo demais tentando resolver uma questao que nao é matemática e nem física. Química, muita dela. Nos remédios, nos frascos vazios, nas misturas que fiz na tentativa de misturar sua lembrança com o resto do lixo reciclavel. Porém estava tudo bem na minha frente, e nao pude ver. Vergonha de mim mesma define.
Percebi que me apaixonei por uma pessoa que nao existe, que nem nunca existiu. Apenas uma vez, em uma escada fria, tao fria quanto essa pessoa. E me apaixonei de tal forma, que caí tola, tonta, fraca, amarga.
De tao fria que minha amada foi, precisei ser quente por nós duas, sem perceber que ela nunca tinha desejado ser aquecida, e com o calor, sufoquei-a, joguei meu amor escadaria a baixo.
De tao quieta, nao pude perceber a queda, e eu, tao, mas tao tola, demorei cem dias para conseguir entender.

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