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domingo, 8 de setembro de 2013

Peraí, meu bem, entendestes errado.
Tens mesmo essa mania de desfigurar a cara das frases com a sua arrogância e seu pessimismo, mas calma aí, meu bem, acende esse cigarro.
Flor do campo que foi meu, flor mais bonita de todos os campos, não murche.
Todas as outras vão murchar as seis da tarde, mas fique um pouco mais. É do teu perfume que falo.
Não, não me agrada essa sua dor, essa sua dor me machuca cada dia mais, por que é que não penteastes teus cabelos essa manhã?
Meu bem.. a cor de leite da tua pele azedou. Azedou, sim, morreu toda aquela coisa bonita, agora você tem os olhos sem direção, você entendeu errado....
Sempre entende errado. Olha: hoje de manhã um anjo colocou no céu um monte de algodão doce para que não fosse amargo teu dia. O que você faz? aperta pimenta vermelha entre os dedos finos e esfrega nos olhos pra não ver. Pra não ver que o dia é bonito, que a vida é bonita, ei, apaga esse cigarro, meu bem.
A fumaça embaça o espelho e te impede de ver sua própria beleza.
Ah, e que beleza rara, que beleza miúda, que doçura tua pequenez.
E aquele ego grande? e as grandes frases? onde foram parar, meu deus do céu, o que foi que você fez consigo mesma? Cadê a grande mulher que conheci naquela escada estreita?
Meu bem, minha querida, sei que não sabes, sei também que nunca mais direi, mas eu estou aqui por ti, e sempre estive, sempre estarei.
Não se esquece aquela flor que um dia perfumou sua vida.
Exala teu perfume, respira fundo, clareia a mente e segue em frente,
Segue sorrindo até o infinito, que teu sorriso é bom.

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