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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Quinto inverno no inferno

O segundo inverno só chega nas noites em que ele se faz quatro vezes ao ano e ninguém percebe
Ninguem percebe o frio que atinge a espinha nas manhãs de segunda-feira
Deus do céu, o diabo bate a minha porta de forma interrupta
E o céu está tao distante do que podemos ver
O paraíso é  a gente que cria
Se matassemos toda a gente desse lugar
Aí sim seria um bom lugar pra morar
Pois perdi a fé na humanidade no momento que morreu a reciprocidade
Se é que, de fato, um dia ela existiu.
Mas não nego que uma parte de mim morreu
No dia que você desistiu, partiu.
Se você de vez em quando lembrasse de mim
E na bagunça do teu quarto
Encontrasse aquele par de sapato
Que de proposito esqueci em tua casa
Quando me chamastes de anjo, arrancastes de mim uma asa
E agora, sem poder voar, vivo a procurar
um motivo que seja, pequeno, por que não?
Um pequeno motivo pra te odiar
De forma grandiosa, inescrupulosa, te odiar.
Te detestar pra ver se um dia desses
deixo de te amar
Quem sabe, querida, no quinto inverno?
Enquanto isso, vivo de paraíso em paraíso
Me drogando de poesia barata
Injetando heroína abstrata

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